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Cardiologista alerta para alta incidência de problema no coração em pacientes que tiveram Covid-19

A miocardite é uma doença que resulta da inflamação do músculo do coração, chamado miocárdio. Pode ser causada por infecções por vírus (80-90% dos casos), bactérias, protozoários ou fungos, medicamentos, doenças autoimunes, consumo exagerado de álcool ou consumo de drogas como a cocaína.

Pesquisa nos EUA mostra que pacientes com COVID-19, durante março de 2020 a janeiro de 2021 tiveram, em média, 15,7 vezes mais o risco de miocardite em comparação com aqueles que não tiveram a doença.

Passada a pandemia, seus resquícios, que aparecem por meio da chamada síndrome do pós-covid ainda preocupam, e um dos fatos que chamam atenção na rotina do cardiologista Dr. Fabio Musa, da Clínica São Lucas, em Palhoça, é o número de casos de miocardite, uma disfunção no coração que pode ser muito grave e exige atenção, e que teve alta de casos quando associada ao histórico de COVID-19.

O médico informa sobre os dados alarmantes de uma pesquisa feita pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention ou Centros de Controle e Prevenção de Doenças) nos Estados Unidos. O CDC é a principal organização de serviços baseada em ciência e orientada por dados do país, que protege a saúde pública. Os dados sugerem uma associação entre COVID-19 e miocardite. O CDC avaliou essa associação usando um grande banco de dados administrativos de saúde, baseado em atendimentos em mais de nove mil hospitais dos EUA. 

A pesquisa levou a uma realidade preocupante. O número de pacientes internados com miocardite foi 42,3% maior em 2020 do que em 2019. Durante março de 2020 a janeiro de 2021, período que coincidiu com a pandemia de COVID-19, o risco de miocardite foi de 0,146% entre pacientes diagnosticados com COVID-19 durante uma internação ou consulta ambulatorial hospitalar e 0,009% entre os pacientes que não foram diagnosticados com a doença.

A pesquisa levantou que os pacientes com COVID-19, durante março de 2020 a janeiro de 2021 tiveram, em média, 15,7 vezes o risco de miocardite em comparação àqueles sem COVID-19. Por idade, as taxas de risco variaram de aproximadamente sete vezes para pacientes de 16 a 39 anos a mais de 30 vezes o risco para pacientes com menos de 16 anos ou mais de 75 anos.

 

A importância das avaliações de rotina

“Nós temos casos de pacientes jovens, que tiveram COVID-19 e chegam ao consultório sintomáticos com comprometimento cardíaco grave”, comenta Dr. Musa.

Segundo o especialista, a disfunção cardíaca é resultado de fatores como a ação direta do vírus que leva à perda de miócitos por necrose, aos efeitos citotóxicos dos mediadores inflamatórios e estresse oxidativo, promovendo o que se chama de sofrimento ou injúria miocárdica. Ele chama atenção para os sintomas em quem já teve COVID-19: falta de ar, cansaço, fadiga, dificuldade para dormir na posição horizontal, inchaço nas pernas, dor no peito e palpitações. Esses pacientes necessitam de uma avaliação cardiológica criteriosa.

 

Diagnóstico e tratamento

A avaliação diagnóstica se faz através da suspeita clínica, juntamente com métodos de imagem não invasivos como ecocardiograma transtorácico e ressonância magnética do cardíaca, sendo a confirmação diagnóstica possível somente através da biópsia endomiocárdica (indicada em alguns casos específicos). Por isso o Dr. Musa afirma que é preciso prestar atenção aos sintomas e seguir os conselhos médicos. 

Uma vez feito a suspeição diagnóstica de miocardite, inicia-se o tratamento medicamentoso com foco na melhora da insuficiência cardíaca. Segundo o médico, a maioria dos casos com tratamento precoce pode ter a reversão das sequelas, de acordo com sua experiência em consultório.

“É de suma importância sempre ter uma avaliação cardiológica, exames anuais de controle, conhecimento sobre histórico familiar, fatores de risco e ficar atento a sintomas diferentes no coração”, orienta Dr. Fabio Musa.

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